Fernando Guida do PV regional |
*O Partido Verde promoveu nesta quinta-feira, 12, um seminário para discutir os riscos da região Serrana. Na mesa de discussão pessoas de influência no cenário verde nacional como a Deputada Estadual Aspásia Camargo e o jornalista e ambientalista Vilmar Berna, além da diretora da Associação das Vítimas, Nina Benedito e o presidente da Executiva Municipal do PV, Fernando Guida. O objetivo do evento foi trazer para a discussão temas como ocupação em áreas de risco, degradação ambiental e política, e ações de gerenciamento de crise pós-acidentes naturais, problemas que já existiam, mas que passaram a ser temas mais relevantes para a mídia depois da tragédia de 12 de janeiro.
Na abertura do encontro, o organizador do seminário, jornalista Wanderley Peres lembrou que a política em Teresópolis chegou a um estágio de degradação que parece irreversível. "Precisamos mudar isso. Temos hoje um ex-prefeito cassado pela política e outro que está sendo procurado pela polícia. O reflexo de tudo isso, da cidade ter sido entregue a um bando, é o resultado que temos hoje: a falta de lideranças políticas legítimas e o completo desinteresse das pessoas de bem de ingressarem na política. Precisamos mostrar às pessoas o papel fundamental dos partidos políticos. Ao longo dos tempos, as pessoas foram se esquecendo que a função principal dos partidos políticos é discutir política, é colher, e disseminar informações que são relevantes para a sociedade que ele representa. Por isso o seminário e as propostas diferenciadas do PV, que quer retomar a discussão dos problemas de Teresópolis".
O ambientalista Fernando Guida lembrou que as políticas públicas para a reconstrução devem ser efetivas, especialmente nas cidades atingidas pela catástrofe: “A gente precisa trabalhar essas questões sobre o aspecto local e depois pelo global, muita coisa em tragédias como essa são conseqüências do aquecimento global e das mudanças climáticas que o mundo inteiro está vivendo. No plano local, vemos que pessoas que tentam entrar no mercado imobiliário buscam morar em algum lugar e com isso acabam indo para áreas de risco, assim a gente acaba vendo que municípios sem estrutura para coibir a construção em lugares perigosos passam então a conviver com toda essa confusão provocada pelas tragédias”.
O ambientalista Vilmar Berna lembrou que as ações de assistência devem ser efetivas e que a população deve estar de olho nos políticos responsáveis pela administração de recursos voltados para a reconstrução de áreas afetadas. Segundo ele, os municípios vivem pedindo ajuda ao estado e à Federação, mas esses recursos nunca chegam, ou demoram muito a chegar, e quando chegam correm o risco de serem desviados. "É preciso então que tenhamos gestores públicos que sejam honestos, criativos e competentes, requisitos que vem faltando aos administradores de Teresópolis ultimamente". Vilmar lembrou ainda que a mídia vem servindo-se a um papel menos relevante que deveria, valorizando mais as histórias das tragédias pessoais e não cumprindo devidamente o seu papel investigativo de apontar os erros dos políticos. "A grande imprensa não está mentindo sobre a tragédia da Região Serrana mas está ignorando o seu potencial de afetar com uma crítica mais contudente aos que ousam roubar o dinheiro dos desabrigados. A imprensa parece complacente", disse.
A Deputada Estadual Aspásia Camargo afirmou que deve haver completa ligação entre municípios, estado e federação para que projetos eficazes de pronto atendimento em casos de tragédia sejam realizados. A parlamentar do PV visitou os bairros de Campo Grande e Posse e percebeu que está havendo uma confusão na cabeça das pessoas, pois elas cobram da prefeitura as casas, mas de fato o problema da habitação depende do governo federal, que precisa abrir um programa para isso, de recuperação e oferta de casas de casas populares para as pessoas de baixa renda que moram em locais de alto risco. Aspasia lembrou também que seria interessante a criação de uma audiência pública na Alerj visando discutir a questão do urbanismo e das casas populares para as vítimas da tragédia em Teresópolis.
Diretora da Associção das Vítimas da Tragédia, Nina Benedito relatou sua experiência de voluntária no primeiro atendimento às vítimas e do surgimento, e da finalidade, da AVIT. "As chuvas de 12 de janeiro representam um divisor de águas para Teresópolis. A tragédia mudou as pessoas que estão hoje mais interessadas e sensibilizadas pelo pelos problemas do próximo".
Jornalista Wanderley Peres |
Nenhum comentário:
Postar um comentário