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terça-feira, 26 de junho de 2012

Concer vai instalar 73 novas câmeras na BR-040, onde proprietária da Casa do Alemão foi assassinada


A Concer, concessionária que administra a BR-040 (Rodovia Washington Luiz), anunciou que o número de câmeras na via passará de 15 para 88. Os 73 novos aparelhos de monitoramento fazem parte do Projeto Rodovia Inteligente, da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e, segundo a concessionária, estão em fase de implantação. A instalação das novas câmeras já estava prevista desde 2011 e deve ajudar a reduzir o número de roubos no trecho Baixada da rodovia, onde, no último domingo, a empresária Teresa Fontaine foi morta.
Hoje, as 15 câmeras da rodovia estão localizadas entre o Km 125 e o 103, em Duque de Caxias, exatamente onde ocorreu a suposta tentativa de assalto que culminou com a morte da empresária. As câmeras são utilizadas exclusivamente pelo Centro de Controle Operacional (CCO) da Concessionária para monitorar, em tempo integral, nos 7 dias na semana, as condições de tráfego e clima na rodovia. Segundo a assessoria da Concer, a PRF ainda não solicitou imagens das câmeras no horário do crime.
O inspetor-chefe da 1ª DP da Polícia Rodoviária Federal (Duque de Caxias), José Roberto de Lima, afirmou que a corporação ainda não sabe o local exato na Rodovia Washington Luiz onde a empresária Teresa Fontaine foi assassinada. Uma das proprietárias da Casa do Alemão, Teresa teria sido surpreendida por bandidos em Duque de Caixas. Segundo Lima, a dificuldade para definir o local se deve à imprecisão do relato do marido da vítima, Francisco Santana.
— Ele ainda está muito nervoso e não soube explicar muito bem onde ocorreu a tentativa de assalto. O que sabemos até agora é que provavelmente foi na altura do quilômetro 119, e não tão próximo à agulha de saída para a Linha Vermelha, no Km 122, na pista sentido Centro. Achamos que o crime não aconteceu no local onde ele informa, pois ali não há nenhum posto de gasolina, conforme o marido tinha afirmado na delegacia de Bonsucesso, a primeira a receber o relato dele — afirmou Lima.
De acordo com o inspetor, a Polícia Rodoviária Federal está trabalhando para identificar os dois veículos dos autores do crime. Eles dão apoio à 59ª DP (Duque de Caxias), atual responsável pelo caso.
José Roberto afirmou, ainda, que mesmo com um aumento de 200% do efetivo em fevereiro ainda faltam policiais para patrulharem a região. Ele diz que existe a previsão de contratação de novos policiais para setembro, mas não revela o número de homens que atendem a estrada, por questão de segurança. Também informou que tem aumentado as rondas e o patrulhamento móvel da Baixada Fluminense.
Para o inspetor, a morte da empresária Teresa Fontaine representa um caso atípico na região. Lima ressaltou que as últimas mortes ocorridas na estrada deveram-se a um homicídio registrado no mês passado e a um confronto entre a polícia civil e bandidos em abril, que resultou no falecimento de um policial. Dados da PRF indicam que o número de veículos roubados na BR-040 caiu no mês de junho. Enquanto em maio foram registrados 28 roubos de automóveis na região, no mês passado o registro foram de somente 17 veículos. A rodovia responde por 10% total de roubos na área de Duque de Caxias.
Segundo a assessoria da Polícia Civil, o delegado Cláudio Vieira (59ª DP) trabalha com as hipóteses de latrocínio (roubo seguido de morte) ou de homicídio. Não há, entretanto, mais detalhes além das informações fornecidas pelo marido de Teresa, que deve prestar depoimento na delegacia na manhã desta quarta-feira.

‘Esperamos que as autoridades acordem’, diz irmão da empresária

Teresa Fontaine, de 47 anos, foi enterrada na manhã desta terça-feira, no Cemitério Municipal de Petrópolis. Ela foi assassinada na noite de domingo, após ser surpreendida por bandidos em Duque de Caixas, na Baixada Fluminense. Ela voltava de Petrópolis, onde tinha ido visitar parentes e voltava para o Rio com o marido, que estava ao volante. O filho do primeiro casamento de Teresa, Leon, de 8 anos, também estava no veículo. Logo após o automóvel deixar um posto de gasolina, foi interceptado por dois veículos, e um dos criminosos fez os disparos. A notícia, publicada na coluna de Lu Lacerda no IG, foi confirmada na noite desta segunda-feira pela assessoria de comunicação da rede de lanchonetes.
Na manhã desta terça-feira, lojas da Casa do Alemão, em Petrópolis, ficaram fechadas. A matriz, no bairro Quitandinha, foi reaberta às 10h30m, após o sepultamento. Segundo a família da empresária, a reabertura das nove filiais da rede está a cargo de cada gerente.
O enterro da empresária reuniu cerca de 50 pessoas, entre parentes e amigos. O clima era de muita tristeza. A mãe de Teresa ficou o tempo todo ao lado do caixão:
— Ela vai estar perto de Deus e sempre estará no nosso coração e no nosso pensamento.
Um dos irmãos de Teresa, Ivo Carlos, fez o último discurso. Ele já foi vítima de assalto na mesma rodovia há doze anos e levou um tiro no ombro:
— Queria agradecer a ela todos os anos que vivemos juntos. Nossos laços de sangue e espirituais nunca vão se desfazer.
Depois do sepultamento, Ivo disse que a morte da irmã foi um exemplo da violência gratuita que não atinge apenas a Rodovia Rio-Teresópolis.
— A gente gostaria de não ter entrado para as estatísticas, mas é isso que vai acontecer. Esperamos que as autoridades possam acordar sobre a insegurança de um modo geral.
O marido de Teresa, Francisco Santana, está inconformado. Ele reclamou da insegurança na estrada e disse que os bandidos agiram em segundos, de forma inesperada. Ele acrescentou que a região é desprotegida e que espera um maior policiamento no local.


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