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domingo, 15 de julho de 2012

No Rio, médicos terão frequência controlada por chips nas UPAs


No jaleco, estetoscópio, aparelho de medir pressão, termômetro e chip. Sim, na recém-inaugurada UPA de Mesquita, médicos carregam sob a roupa um microchip que monitora seus passos. E não são apenas eles. Todos os profissionais de saúde andam com chip na roupa. Sensores espalhados em vários pontos da unidade detectam quem sai e quem entra, ajudando no controle da frequência e, principalmente, da permanência. Em 90 dias, a previsão é a de que tudo por ali, desde remédios e seringas a material de limpeza, esteja “chipado”.
- Em 2009, ousamos quando colocamos o ponto biométrico e estamos ousando novamente agora colocando o chip para monitorar frequência e permanência na UPA, além de controlar patrimônio. Nossa preocupação é com a população, para que ela não seja desassistida. Vamos implantar todos os mecanismos de controle necessários para a população ter atendimento ainda melhor - disse o secretário estadual de Saúde, Sérgio Côrtes, durante a inauguração da unidade, na última terça-feira.
O sistema, que será instalado também nas UPAs de Queimados e Nova Iguaçu I (Cabuçu) e II (Três Corações), permitirá ainda um acompanhamento mais efetivo dos protocolos de higiene, a fim de reduzir a infecção hospitalar. Isso porque, se o profissional de saúde passar por uma das portas da UPA vestindo jaleco, o sensor apitará e acenderá uma luz vermelha, sinalizando que ele deve retirá-lo para ir à rua.
Além dos jalecos, os lençóis já estão monitorados. Nesta segunda etapa, artigos de limpeza receberão chips.
- Material de limpeza usado na sala vermelha, onde estão pacientes graves, não pode ser levado para outras áreas. Evita contaminação. Se o balde entrar na área errada, o sensor apita - explica Carlos Antonio da Silva, gerente de tecnologia da Atro Rio Service, empresa que instalou o sistema na UPA.
O enfermeiro Tiago Ferraz de Souza diz não se importar em ser rastreado
O enfermeiro Tiago Ferraz de Souza diz não se importar em ser rastreado 
O enfermeiro Tiago Alan Ferraz de Souza, de 21 anos, aprova o sistema e não se importa em ser rastreado:
- Na verdade, nem lembro que há um chip na minha roupa. Se chego próximo da porta e o sensor começa a apitar, custo a lembrar que é o meu chip. Acho o sistema bom porque evita sumir material. Já trabalhei em unidades onde desaparecia tudo.
Na quarta-feira, Tiago Oliveira, de 27 anos, reclamava da demora de quase quatro horas para o irmão ser atendido na UPA de Mesquita, mas gostou de saber que os médicos são monitorados:
- Pelo menos, o médico que faltar vai ser descontado ou punido. Vemos muito descaso com os pacientes.
A TECNOLOGIA
O sistema de identificação por radiofrequência, RFID (na sigla, em inglês), lê a informação gravada no chip. Esses dados gravados criam o DNA do jaleco, dizem quantas vezes ele foi lavado, quem o está vestindo naquele dia, se o portador pode deixar a unidade portando o uniforme.
O aparelho que capta o sinal do chip
O aparelho que capta o sinal do chip 
Na porta do almoxarifado, há um leitor de digital. Quando o funcionário sai do setor, sensores fazem a baixa automática do que foi retirado ou incluem o que foi deixado lá. O sistema cruza informações e mostra quem retirou o que.
Para Fernando Pedroso, diretor médico do Instituto Data Rio, OS que administra a UPA de Mesquita e as outras três já previstas para receber o sistema, esse controle dá mais segurança ao planejamento do estoque de medicamentos.


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