“Inicialmente, vamos concentrar nossos esforços na questão do aluguel social, que é mais urgente, e na construção das habitações populares, que ainda não saíram do papel”, disse a um morador de Santa Cecília o deputado estadual Nilton Salomão, durante visita ao local na manhã desta quarta-feira, 25 de abril. Membro da Comissão de Representação da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), da qual é presidente o deputado Luiz Paulo (PSDB) — que também esteve lá juntamente com o deputado estadual Rogério Cabral (PSB) —, Salomão ouviu críticas e desabafos de moradores do bairro, muito afetado pelas chuvas do dia 6 de abril.
“Sou o morador mais antigo daqui e minha casa está ameaçada”, queixou-se Sebastião Rodrigues, de 75 anos, há 47 vivendo na Rua Brasília, em Santa Cecília, onde houve uma morte no último temporal por conta de deslizamento de terra. “Há dez anos, houve um no mesmo local e o morador, idoso, de uma casa muito humilde, ficou preso ali por dias. Na época, várias casas foram afetadas. Agora, aconteceu de novo.”, explica a presidente da associação de moradores local, Maria Aparecida, de 40 anos, conhecida como Cidinha.
Deputados querem rapidez no apoio à população
Antes da visita aos bairros, o grupo de deputados e algumas lideranças da cidade visitaram o prefeito interino, Arlei Rosa, na sede do Executivo Municipal, para cobrar providências e mais agilidade na execução das ações de assistência humanitária e reconstrução da cidade, como um Plano Habitacional. A comissão da Alerj foi criada para acompanhar a atuação e os investimentos dos governos federal, estadual e dos municípios envolvidos na catástrofe — em particular as intervenções recomendadas pelo relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Serra —, sendo Teresópolis a primeira cidade visitada.
O prefeito interino Arlei, explicou as ações da prefeitura: “Temos ajudado às vítimas, tenho ido aos locais atingidos pessoalmente, realizamos rapidamente a limpeza da cidade e, se não andamos mais depressa, é porque o processo é muito difícil e burocrático. Há certas ações que são do âmbito estadual e precisamos firmar convênios com urgência, para agilizar as coisas”, justificou Arlei.
“Temos dois problemas graves aqui: a ocupação desordenada de encostas e das margens dos rios, que estão assoreados, e o déficit habitacional de aproximadamente 14 mil casas. Defendo a construção de 200 unidades em cada terreno a ser escolhido e não todas as unidades num local só, como se pretende atualmente na Fazenda Ermitage”, comentou Nilton Salomão com a líder comunitária Arlete, da Quinta Lebrão. Neste bairro, uma ponte caiu, o córrego que corta a comunidade transbordou e uma menina morreu. Uma creche e um Ciep foram atingidos.
Comércio sofreu com alagamentos no Centro
Em visita também ao Centro, os deputados da comissão ouviram queixas e reivindicações. “Nossa loja foi invadida pela água, até mais ou menos um metro, e tivemos um prejuízo de cerca de R$ 220 mil”, comentou Waldemi Chardelli, gerente da Padok Pneus — localizada na Rua Primeiro de Março, em frente ao Terminal Rodoviário. “Eu não sou mais microempresário, sou um microimprensado, depois do que houve”, desabafou Sérgio Epifânio, da Sérgio Gravações, que afirma terem perdido apenas os comerciantes da área próxima à Rodoviária cerca de R$ 15 milhões. Segundo eles, é urgente que se libere crédito para todos se reerguerem.
Fazem parte do colegiado os deputados Sabino (PSC), vice-presidente; Marcus Vinícius (PTB), relator; Bernardo Rossi (PMDB), Nilton Salomão (PT) e Rogério Cabral (PSB).
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