Com os canteiros de obras do Transoeste e do Transcarioca já fazendo parte da tumultuada rotina dos motoristas do Rio, os cariocas terão que enfrentar, a partir de junho, mais uma grande intervenção de trânsito. A prefeitura anunciou ontem o vencedor da concorrência para as obras e operação da Transolímpica, via expressa para carros, com faixas segregadas de BRT (corredor expresso de ônibus articulados), entre a Barra da Tijuca e Deodoro. Prevista no caderno de encargos dos Jogos Olímpicos Rio 2016, a Transolímpica será contruída e gerenciada pelo consórcio “Rio Olímpico”, formado pelas empresas Invepar, CCR e Odebrecht. Com 23 quilômetros de extensão e orçada em R$ 1,55 bilhão, a via expressa terá cinco pistas por sentido, duas reservadas ao BRT. Será a segunda via municipal pedagiada do Rio. O consórcio poderá explorar a concessão por 35 anos e o valor da tarifa será o mesmo da Linha Amarela, que hoje trabalha com o valor de R$ 4,70.
— Dos compromissos olímpicos da prefeitura esse era o último que precisava de um desfecho. Já fechamos os contratos para a Vila Olímpica e o Parque Olímpico, terminamos o sambódromo e estamos executando as obras do porto. Estamos com todos os projetos no prazo — disse o prefeito Eduardo Paes.
O consórcio foi o que ofereceu maior contrapartida financeira, diminuindo os gastos públicos na obra. Com isso, do total de R$ 1,55 bilhão, a prefeitura terá que desembolsar R$ 1,072 bilhão. Já as empresas entrarão com R$ 479 milhões. No leilão, o limite que a prefeitura estabeleceu para o custeio público foi de R$ 1,130 bilhão. Segundo o secretário municipal da Casa Civil, Pedro Paulo Carvalho, a tarifa valerá apenas para carros, motos e outros veículos de carga. Os ônibus do BRT não pagarão pedágio.
— A intenção é privilegiar o transporte público. O pedágio não terá impacto sobre a passagem do BRT — justificou o secretário.
Ainda de acordo com Pedro Paulo Carvalho, a prefeitura já detém parte das licenças ambientais da obra, o que permite que sejam abertas frentes de trabalho.
— Teremos pouco mais de um mês para assinar os contratos e começar a traçar a estratégia da obra, definindo, por exemplo, por onde pretendemos que ela comece — explicou Pedro Paulo.
A TransOlímpica ligará a Barra da Tijuca a Deodoro, passando por Jacarepaguá, Curicica, Taquara, Jardim Sulacap e Magalhães Bastos. Ela começará no cruzamento das avenidas das Américas e Salvador Allende, seguindo por esta até passar sobre a Estrada dos Bandeirantes. A partir desse ponto, a via expressa seguirá em paralelo às estradas de Curicica, Calmet, Guerenguê e da Ligação, e cortará ainda as estradas Rodrigues Caldas, Boiuna e Rio Grande. Haverá ainda um túnel de 1,8 quilômetro sob o maciço da Pedra Branca e 16 pontes e viadutos. A praça do pedágio será erguida em Sulacap, na saída do túnel.
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